sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

 XXIII CONGRESSO INTERNACIONAL DE HUMANIDADES

XI ENCONTRO DO GRUPO DE PESQUISA 

TEXTUALIDADES CONTEMPORÂNEAS: PROCESSO DE HIBRIDAÇÃO

DIA 04 DE JANEIRO DE 2021, ÀS 14h

SIMPÓSIO "TEXTUALIDADES SINTOMÁTICAS: 

PODER, CONFLITO E CONSTRUÇÃO CULTURAL EM TEMPOS DE CRISE"

Link para acesso ao simpósio: 

https://reuna.zoom.us/j/85086194234?pwd=MHRjblQ0aHZIblZwdVROY0k5YjhGdz09

ID de reunión: 85086194234 / Código de acceso: 199863


Breve descripción

O Simpósio visa refletir sobre os modos de compreensão dos sentidos textualmente projetados que pedem a  escuta do que (in) forma o discurso em  suas consequências epistemológicas, estéticas, hermenêuticas. Uma compreensão que se sustenta na palavra, mas também nas pausas; na estrutura, nas fraturas, nos sistemas e em seus sintomas, sejam manifestos ou latentes. Trata-se de expandir, portanto, o entendimento do simbólico que (in) forma o texto, a partir dos leitores que somos, constituídos em função contingenciada. O simpósio tem como objetivo a convergência desse debate sob o tema central “Textualidades contemporâneas”, dentro da crise que se manifesta e eclode com a pandemia do novocoronavírus, instaurando mundialmente a Covid-19. Dentro desse lugar de articulação propõe-se a discussão dos valores que traduzem contemporaneamente a tradição cultural em suas ressonâncias discursivas. Pretende-se, com isso, fomentar o debate acerca dos valores éticos e estéticos do contemporâneo, a partir das comunicações cujos títulos seguem abaixo.

1- AS MÁSCARAS DO PODER EM TEMPOS DE CRISE Elga Laborde (Universidade de Brasília)

2- EM BUSCA DE UMA POÉTICA DO CÍRCULO:RESISTÊNCIA À HISTÓRIA LINEAR NA CULTURA BRASILEIRA Fernando Fiorese (Universidade Federal de Juiz de Fora)

3- PATRIMÔNIOS CULTURAIS DISCURSIVOS SINTOMÁTICOS. O ETHOS CONTEMPORÂNEO - Sylvia H. Cyntrão (Universidade de Brasília)

4- UM LIVRO ABERTO PARA A VIDA: A LEITURA COMO SUPORTE DE RECONHECIMENTO DE MUNDO. Elisabete Barros- (Universidade de Brasília)

5- QUE VOCÊ VIVA EM TEMPOS INTERESSANTES Rogério Lima (Universidade de Brasília)

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SIMPÓSIO /X ENCONTRO DO GRUPO TEXTUALIDADES CONTEMPORÂNEAS PROCESSO DE IHIBRIDAÇÃO

Resumos das apresentações orais 

1-AS MÁSCARAS DO PODER EM TEMPOS DE CRISE 

Elga Pérez Laborde (Universidade de Brasília) 

RESUMO: Apresentamos uma reflexão sobre o estado de emergência a que está submetido o sujeito nas relações assimétricas da sociedade, onde emergem o instinto de destruição, a violência, as patologias sociais como o racismo, o feminicídio, a mentalidade possessa do poder e da propriedade, e que em tempos de crise como a desencadeada pela pandemia ficam exacerbados e conduzem a um desequilíbrio maior dos valores éticos e políticos. A literatura, a arte e a filosofia, em geral e desde sempre, oferecem uma perspectiva crítica necessária ao desenvolvimento da consciência e abrangem desde as “patografias” às genialidades e elevados níveis espirituais e intelectuais como caminhos de lucidez. Ajudam-nos a pensar autores como Paulo Freire, Anatol Rosenfeld e Hanna Arendt. Entre outros.  

2- EM BUSCA DE UMA POÉTICA DO CÍRCULO:RESISTÊNCIA À HISTÓRIA LINEAR NA CULTURA BRASILEIRA

Fernando Fiorese (Universidade Federal de Juiz de Fora)

RESUMO: A partir de uma assertiva do artista belga Francis Alÿs acerca da América Latina – “uma sociedade que quer permanecer numa esfera de ação indeterminada para funcionar, e que precisa adiar qualquer contexto de operação formal para poder se definir em contraposição às imposições da Modernidade ocidental” –, pretende-se surpreender nas obras dos poetas Ferreira Gullar e Francisco Alvim e dos cancionistas Caetano Veloso e Chico Buarque as marcas do que se propõe denominar uma “poética do círculo”, considerando-a manifestação de resistência à concepção da história como processo linear, unitário e teleológico, um dos fundamentos da Modernidade eurocêntrica. Nos poemas e canções destes autores procura-se rubricar os signos que figuram a simbólica do círculo como eterno retorno na diferença, em particular uma certa obsessão tanto pelas repetições (de palavras, de temas, de personae etc.) quanto pelas variações menores, a revisitação dos acontecimentos falhados da história brasileira, o dobrar-se do presente sobre o passado (e vice-versa), o repto às narrativas oficiais e oficiosas, a aposta numa identidade plural, instável e provisória, a desconfiança em relação às utopias do progresso. Nestes termos, rubrica-se o movimento outro e a direção indecidível da história brasileira e latino-americana como pontos de inflexão face às promessas não realizadas da Modernidade.  

3- PATRIMÔNIOS CULTURAIS DISCURSIVOS SINTOMÁTICOS. O ETHOS CONTEMPORÂNEO 

Sylvia Helena Cyntrão (Universidade de Brasília)

RESUMO: A representação discursiva subjetiva, sua ontologia e importância nos processos de construção de uma ideia de nação é o foco do estudo das letras de canções populares, em sua variedade de estilos. As que abordaremos, veiculam imagens circulantes, reiteradas na memória dos sujeitos contemporâneos. A comunicação visa expor e refletir sobre as inscrições simbólicas que permeiam o grupo social de onde partem e constroem seu ethos face à indústria cultural. Os produtos espelham síntomas, tanto de fragilidade como de resistência individual e coletiva, fenômenos que são fundamentados a partir do pensamento dos filósofos e sociólogos Zygmunt Bauman, Theodor Adorno, Néstor García Canclini, Byung-Chul Han, Muniz Sodré e do teórico da literatura Affonso Romano de Sant’Anna. Além de olhar o que já é tradicional e conhecido da diversificada cultura musical popular brasileira, propõe-se também expandir a audição de vozes inovadoras que buscam romper a ditadura mercadológica do “igual” e as barreiras políticas de silenciamento. 

4- UM LIVRO ABERTO PARA A VIDA: A LEITURA COMO SUPORTE DE RECONHECIMENTO DE MUNDO

Elisabete Barros- (Universidade de Brasília)

RESUMO: “A vida é igual um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra. E nós quando estamos no fim da vida é que sabemos como a nossa vida decorre. A minha, até aqui, tem sido preta. Preta é a minha pele. Preto é o lugar onde moro”. (JESUS, 1960, p. 160) Vivemos em um mundo mediado por textos. O livro, conforme salienta Carolina Maria de Jesus, é seu mundo, o suporte para continuar a sonhar.

A língua, na unidade da cultura, é o passaporte para a interação entre as consciências sociais. Na unidade do entendimento do vocabulário falado por um povo, se inscrevem as possibilidades de aquisição de conhecimento. Assim, a palavra, seja ela lida ou falada, comporta em sua gênese o princípio material da comunicação. Diante disso, esta comunicação tem por finalidade discutir a relação entre a leitura e transformação social.

5-QUE VOCÊ VIVA EM TEMPOS INTERESSANTES 

Rogério Lima- (Universidade de Brasília)

RESUMO: “Os antigos sábios chineses consideravam a estabilidade dos tempos o melhor ambiente para a evolução do pensamento, para o seguimento calmo da vida, para se obter a felicidade em terra. Assim, desejar “tempos interessantes” a alguém significaria profetizar tribulações, agitação, mudanças, dificuldades de enraizamento e falta de tranquilidade e de paz. Em resumo, tempos difíceis, fluídos e perigosos” (Observatório da Imprensa).Nesse contexto, entendemos que todo criador deve necessariamente se interrogar sobre como, por meio de sua prática artística, não participar na reprodução de um mundo atravessado por sistemas de exploração e violência. Num tempo de grandes questionamentos, atribulações, agitação, mudanças, dificuldades de enraizamento e falta de tranquilidade e de paz, onde a noção de verdade é posta a prova, o objetivo é pensar sobre os desafios do contemporâneo, "Tempos Interessantes", por intermédio da leitura crítica-analítica de produtos artísticos, filosóficos, políticos e teóricos, e contribuir para a elaboração de um pensamento refletido sobre a performance do artista, a partir de eventos considerados sem importância ou banais, nos tempos desafiadores em que vivemos. Num contexto cada vez mais difícil de compreender, poder se recolher, tecer ligações entre os acontecimentos, levar os outros em conta e permanecer criativo são ativos ou pontos fortes preciosos. Assim como ser resiliente, saber pensar é um processo que ajuda a resistir às provações do agora e a viver melhor.Este trabalho tem como proposta pensar aspectos do tempo presente, lançando uma mirada investigativa sobre formas de expressão intelectual no âmbito das artes e das humanidades.